Técnica para revisão do Ligamento Cruzado Anterior LCA
Postado em: 24/07/2023
A ausência do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) após sua lesão costuma gerar instabilidade no joelho, ou seja, a pessoa fica com a sensação que o joelho está “solto”, e acaba sofrendo novas torções em determinadas ocasiões. A ocorrência de novas torções leva a novas lesões associadas, como lesões dos meniscos e lesões de cartilagem, e com isso o joelho tende a “desgastar” antes do que deveria, evoluindo para o que chamamos de artrose.
O intuito da cirurgia é restabelecer a estabilidade do joelho, portanto está indicada para aqueles que apresentam instabilidade no dia a dia ou para aqueles que pretendem realizar atividades esportivas de risco. Portanto, em indivíduos jovens, a tendência é operar, e em indivíduos mais velhos, com baixa demanda, que não apresentam instabilidade no dia a dia, o tratamento sem cirurgia costuma ser o suficiente.
Atualmente as complicações são pouco frequentes, mas no passado a rigidez era muito comum. Além disso, a falha da cirurgia, infecção e lesão neurovascular, eram complicações muito mais frequentes do que hoje.
Com os avanços nos dispositivos de fixação do novo ligamento, melhoria da técnica cirúrgica, mobilização precoce e evolução importante das técnicas fisioterápicas pré e pós-operatórias, a falha do procedimento (rigidez e infecção) se tornaram muito pouco frequentes.
Das complicações, a mais frequente é a falha da cirurgia (nova ruptura do ligamento), que ocorre em 2 a 10% dos pacientes operados. A possibilidade de romper o novo ligamento depende de alguns fatores:
- boa técnica da cirurgia;
- boa reabilitação;
- retorno esportivo no momento correto;
- idade;
- sexo;
- demanda esportiva após o retorno às atividades.
Sabemos que pacientes do sexo feminino tem uma chance maior de romper o ligamento. Pacientes que voltam a praticar atividades de risco têm evidentemente mais chance de romper novamente do que aqueles que praticam apenas exercícios com menor risco de entorses.
A idade é outro fator importante, pois quanto mais jovem maior será a demanda e tempo para sofrer nova lesão. Outro dado importante é que crianças com menos de 16 anos tem uma chance consideravelmente maior de romper, chegando a 25% de falha em alguns estudos publicados.
Quando ocorre a nova lesão do LCA. É fundamental um estudo minucioso do caso para tentar identificar quais fatores podem ter influenciado na falha da cirurgia. No caso do vídeo, o paciente apresentava ao exame clínico instabilidade em valgo e instabilidade rotacional expressiva. Portanto optamos por acrescentar à nova reconstrução do LCA a reconstrução do Ligamento colateral medial e do Ligamento anterolateral. Optamos também por utilizar enxerto de banco de tecido.
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