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Luxação é um termo que popularmente é mal utilizado. Muitas pessoas acham que luxação é apenas um trauma ou uma “pancada”, mas na realidade, o significado de luxação é quando qualquer osso é deslocado da articulação. 

No caso da patela, a luxação da mesma se refere ao momento em que a patela sai do seu “encaixe” com a tróclea femoral. Portanto, é o deslocamento da patela em relação ao fêmur. Geralmente ela se desloca para lateral, ou seja, para a face externa do joelho. 

O que causa a luxação patelar?

Devemos ter em mente que existem 2 tipos de pacientes que luxam a patela: aqueles que possuem fatores predisponentes para a luxação da patela e aqueles que não têm fator predisponente. 

Para a patela luxar, o mecanismo clássico é o joelho em aproximadamente 30 graus de flexão, e um movimento em valgo do joelho, ou seja, o joelho se deslocando para a parte interna. 

Devido ao vetor de força proporcionado pelo quadríceps e tendão patelar, há uma tendência da patela se deslocar para a região lateral do joelho, podendo ocorrer a luxação.

Após a primeira luxação, pode ocorrer dos estabilizadores mediais ficarem insuficientes, facilitando novos episódios. Pacientes com fatores predisponentes podem luxar a patela com traumas leves e possuem maior chance de luxar novamente. 

Quais são os fatores predisponentes?

Os fatores predisponentes são alterações da anatomia do joelho adquiridas congenitamente (através da genética do indivíduo). São eles: patela alta, morfologia anormal da patela, displasia troclear, ângulo Q aumentado com lateralização da tuberosidade da tíbia, joelho valgo, hipoplasia do músculo vasto medial oblíquo, hiperfrouxidão ligamentar e torção tibial externa.

Quais os sintomas?

No momento da primeira luxação, o indivíduo sente dor intensa e aguda, principalmente na porção medial (interna) e anterior (na frente) do joelho.

Frequentemente o joelho fica edemaciado nas primeiras 24 – 48 horas. Normalmente a sensação é de que o joelho saiu do lugar e voltou imediatamente, pois a patela geralmente volta à sua posição com facilidade.

Após 1 a 2 meses de tratamento, a região ligamentar lesionada estará cicatrizada, podendo estar insuficiente ou não. Estando suficiente, provavelmente a patela não sairá do lugar novamente e o paciente não terá sintomas de instabilidade. Porém se houver frouxidão, a patela poderá voltar a sair do lugar, repetindo o processo.

Além do sintoma de instabilidade, pode ocorrer lesão da cartilagem da articulação do fêmur com a patela, causando dor em diversas situações. Neste caso, teremos a condromalácia patelar.

Como é feito o diagnóstico?

São usados 3 elementos para o diagnóstico:

  • A história do paciente, com os dados do momento da lesão e os sintomas relatados, conforme acima citados.
  • O exame físico realizado por ortopedista com experiência em cirurgia do joelho. Ele é fundamental, pois sempre leva em comparação o outro joelho (não lesionado). Quando a patela luxa e não retorna ao seu lugar, é muito fácil o diagnóstico, pois é possível visualizar a deformidade causada.
  • Exames de imagem: radiografias para descartar fraturas e avulsões ósseas. A Ressonância Magnética é um importante exame para avaliar lesões de cartilagem associadas e para determinar o local da lesão do ligamento patelofemoral medial, que é o principal agente para manter a patela na sua posição e não luxar para lateral.

Como é o tratamento?

Há quem defenda que sempre deve ser realizada a cirurgia para a reconstrução do Ligamento Patelofemoral Medial, porém a maioria dos cirurgiões e estudos defendem o tratamento sem cirurgia após a primeira luxação.

Existem duas situações em que o tratamento deve ser cirúrgico logo após a primeira luxação: quando há um destacamento ósseo que possa ser fixado ou removido; e quando a patela após recolocada na sua posição, se mantém deslocada parcialmente.

Quando não estamos diante desta 2 situações, realizamos o tratamento sem cirurgia, com a imobilização do joelho por 4 semanas, permitindo apoio do membro lesionado com auxílio de muletas.

Após este período, fisioterapia para ganho de força e treino proprioceptivo. Geralmente o paciente é liberado para atividade esportiva após aproximadamente 2 meses da lesão.

No caso de luxações repetidas, partimos para o tratamento cirúrgico, com reconstrução do Ligamento Patelofemoral Medial, “release” lateral nos casos de tensão da retinácula lateral, e medialização e/ou distalização da tuberosidade anterior da tíbia no caso de valgo acentuado (avaliado pelo TA-GT) ou patela alta.

Em alguns casos de alteração anatômica exuberante da tróclea femoral, é necessária a trocleoplastia.

Após a cirurgia, o joelho permanece imobilizado, sendo manipulado passivamente na fisioterapia por 1 mês. Após este período intensifica-se o fortalecimento e treino proprioceptivo, retornando a atividades esportivas após o terceiro mês da cirurgia.